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Pires do Rio

Imagem do Divino Pai Eterno é declarada patrimônio cultural imaterial de Goiás

Lei estadual reconhece importância histórica e religiosa da devoção, com proteção e promoção institucional a partir de junho de 2025.
Imagem do Divino Pai Eterno é declarada patrimônio cultural imaterial de Goiás (Foto: Reprodução)

A imagem do Divino Pai Eterno foi oficialmente reconhecida como patrimônio cultural imaterial de Goiás, conforme estabelece a Lei Estadual, sancionada em 25 de junho de 2025. O ato de publicação ocorreu no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira, 30 de junho, em cerimônia conduzida pelo governador Ronaldo Caiado (UB), marcando a inclusão definitiva do símbolo religioso no conjunto de bens protegidos pelo Estado.

A proposta foi apresentada pelo deputado Cristiano Galindo (SD) por meio do projeto de lei nº 5640/25, com o objetivo de oficializar a relevância histórica e religiosa do ícone devocional, profundamente enraizado na cultura popular goiana. Galindo destacou, em sua justificativa, que a romaria anual dedicada ao Divino Pai Eterno, considerada a maior do Centro-Oeste e a segunda maior do Brasil, é centrada na imagem e reúne milhões de devotos em Trindade, movimentando o município e reforçando a identidade local.

A devoção ao Divino Pai Eterno remonta ao ano de 1840, quando os camponeses Constantino e Ana Rosa Xavier encontraram um medalhão de barro às margens do Córrego Barro Preto, região que corresponde atualmente ao município de Trindade. O objeto, com a representação da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria, rapidamente atraiu familiares e vizinhos, que passaram a se reunir em preces diante do achado. Em 1848, uma capela coberta de folhas de buriti foi construída no local. Com o crescimento do número de fiéis, novas estruturas foram erguidas em 1876 e em 1912 — esta última originando o Santuário Velho, atual Paróquia Matriz de Trindade.

A lei determina que “a Imagem do Divino Pai Eterno fica declarada patrimônio cultural imaterial goiano”, com vigência imediata a partir da publicação. A imagem citada no texto legal refere-se ao medalhão de barro original e à réplica esculpida em madeira por Veiga Valle, artista de Pirenópolis, entregue a Constantino Xavier em pagamento pela obra, custeada com uma propriedade rural. Ambas as representações integram a memória identitária e religiosa da comunidade.

O reconhecimento formal foi acompanhado por ações institucionais. No mesmo dia da publicação da lei, o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, e o deputado Cristiano Galindo lideraram uma caminhada simbólica, reunindo servidores, parlamentares e fiéis em romaria até a Casa do Legislativo, em manifestação de fé e solidariedade.

Esse marco legal soma-se a outro recente: em maio de 2025, devotos e autoridades celebraram o tombamento do sino “Vox Patris” como patrimônio cultural e artístico estadual. A solenidade, marcada por missa e procissão, ocorreu com a chegada do sino de 55 toneladas, fundido na Polônia, instalado em Trindade e incorporado às atrações da romaria desde 27 de junho.

Com a oficialização da imagem do Divino Pai Eterno, há garantia de proteção legal, visibilidade e reforço no campo cultural e turístico. O processo assegura o registro, a promoção e a continuidade da manifestação devocional, fortalecendo o legado religioso e histórico da romaria.

A Secretaria de Estado da Cultura e a Agência Estadual de Turismo acompanham a implementação das novas diretrizes. Entre as primeiras ações, estão previstas a criação de materiais informativos, plataformas digitais, roteiros temáticos e o monitoramento da frequência de fiéis e turistas durante as celebrações, ampliando a integração da imagem em eventos e ações de preservação do patrimônio imaterial de Goiás.

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