O corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta após uma queda durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, passará por uma nova autópsia nesta quarta-feira (2), no Instituto Médico‑Legal Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro. A decisão atende ao pedido da família, que busca esclarecer pontos do laudo indonésio sobre a morte da jovem, ocorrida durante uma viagem pela Ásia.
A chegada do corpo da jovem ao Brasil foi registrada na tarde de terça-feira (1º), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O desembarque ocorreu por volta das 17h em um voo da Emirates. Em seguida, o caixão foi transportado pela Força Aérea Brasileira até o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e levado ao IML Afrânio Peixoto com o apoio do Corpo de Bombeiros do Estado, Polícia Federal e governo do Rio de Janeiro.
A decisão pela realização de uma nova autópsia foi tomada em audiência na 7ª Vara Federal de Niterói, com participação da Advocacia‑Geral da União, Defensoria Pública da União e governo fluminense. O principal objetivo é dar transparência técnica ao processo e atender a dúvidas da família, principalmente sobre o momento exato da morte, segundo relataram representantes durante a audiência.
O primeiro laudo, elaborado por legistas em Bali no dia 26 de junho, apontou hemorragia interna e múltiplas fraturas como causa da morte, estimando que o óbito ocorreu entre 12 e 24 horas antes da chegada ao serviço médico. O documento indica ainda que Juliana teria sobrevivido por cerca de 20 minutos após o trauma. Esses dados motivaram questionamentos por parte dos familiares, que acompanham de perto os trâmites para esclarecer todas as circunstâncias do acidente.
Para a nova perícia, a União disponibilizou um perito da Polícia Federal para acompanhar o exame e prestar suporte técnico. Além disso, um representante indicado pela família estará presente durante os procedimentos, conforme informou a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Juliana Marins era natural de Niterói (RJ) e estava na Ásia desde fevereiro, visitando Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia. Na madrugada de 21 de junho, ela tropeçou e caiu aproximadamente 300 metros na cratera do vulcão, sendo localizada apenas quatro dias depois por equipes de resgate, no dia 24.
O transporte dos restos mortais de Juliana Marins até o Brasil foi inicialmente custeado pela Prefeitura de Niterói, conforme autorização dos familiares. Posteriormente, o governo federal, por meio do Itamaraty, passou a apoiar formalmente o processo de repatriação, enviando representantes diplomáticos e liberando recursos para garantir o retorno do corpo ao país. Familiares de Juliana também receberam auxílio do ex-jogador Alexandre Pato, que custeou as passagens aéreas de parentes da jovem no retorno ao Brasil, conforme confirmaram integrantes da família à imprensa. O sepultamento será organizado na cidade natal, mas aguarda a conclusão da nova perícia para definição da data.
Segundo peritos nacionais ouvidos pela reportagem, o exame desta quarta-feira deve esclarecer eventuais divergências entre o laudo indonésio e os critérios médicos-legais brasileiros, sobretudo quanto ao tempo e às circunstâncias da morte. No entanto, especialistas alertam que o corpo já passou por processos de conservação, o que pode dificultar a análise de sinais inflamatórios e a quantificação da hemorragia, reduzindo a precisão da perícia.