As contas de energia elétrica em todo o país continuarão com a bandeira tarifária vermelha no patamar 1 no mês de julho, segundo anúncio feito nesta sexta-feira (27) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso representa um acréscimo de R$ 4,46 para cada 100 kWh consumidos, repetindo o valor aplicado em junho. A decisão foi tomada diante do cenário de chuvas abaixo da média, que impacta diretamente a geração hidrelétrica e obriga o acionamento de usinas termelétricas, consideradas mais caras.
De acordo com comunicado da Aneel, as afluências hídricas continuam inferiores à média histórica em praticamente todo o território nacional, o que reduz a capacidade das hidrelétricas de suprir a demanda e eleva os custos de geração. “A necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas, tende a elevar os custos de geração de energia”, destacou a agência. Ainda segundo a Aneel, é fundamental que os consumidores mantenham atenção ao uso racional de energia elétrica, a fim de evitar desperdícios e contribuir para a sustentabilidade do setor.
Especialistas do setor energético explicam que, embora a expectativa inicial para julho fosse de bandeira vermelha patamar 2, o volume de chuvas registrado em algumas regiões, principalmente no Sul, ajudou a reduzir temporariamente o custo marginal de geração (PLD), permitindo a manutenção da bandeira no patamar 1. No entanto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alerta que, a partir da segunda semana de julho, a tendência é de chuvas ainda abaixo da média nacional, o que pode pressionar novamente os reservatórios das hidrelétricas.
O sistema de bandeiras tarifárias, implementado em 2015, tem o objetivo de informar o consumidor sobre as condições de geração de energia e os custos envolvidos. A bandeira verde indica condições favoráveis, sem acréscimo na conta; a amarela sinaliza custo moderado; já a bandeira vermelha, em seus dois patamares, reflete o uso de fontes mais onerosas para suprir a demanda. No final de maio, o país operava com bandeira verde, mas a piora nas condições hidrológicas levou à ativação da bandeira vermelha patamar 1 em junho, que agora se mantém em julho.
A continuidade da bandeira vermelha tem impacto direto no orçamento das famílias e das empresas, especialmente daquelas com alto consumo de energia. O cenário reforça a necessidade de acompanhamento constante do comportamento climático e a busca por alternativas para diversificar a matriz energética no médio e longo prazo. Segundo a Aneel, ainda não há previsão de quando a bandeira vermelha deixará de vigorar, pois a decisão depende da recuperação dos reservatórios e das condições das chuvas nos próximos meses. O monitoramento segue sendo realizado tanto pela Aneel quanto pelo ONS.